26 de setembro de 2011

Mata Ciliar

O tempo vai passando e o olhar da gente sobre o meio depura tanto, que a paixão cega dá lugar à crítica. Sempre construtiva, mas uma crítica severa.
Hoje vivo São Mateus e me dói ver o que acontece com os rios por aqui. Recentemente e descaradamente, retiraram um pedaço bastante considerável da Mata Ciliar do Córrego Abssínia, ao lado da ponte da Othovarino, próximo à Unisan.
Outro dia foi a invasão, com cerca e tudo, do Rio Preto, também na ponte da Othovarino. Ridículo. O cara cercou até dentro d'água. A polícia foi lá e ele recuou 5 metros. Faz-me rir.
Só pra não sair da questão da água, descobri o quanto esse bem é precisoso. Moro em Guriri e quem mora ou conhece o lugar já sabe esta ladainha. Água suja na torneira, quando tem. A caixa d'água, elevada, não sabe mais que cor água tem, só vê raramente. E o cotidiano vai ficando difícil: com que água cozinhar? Nunca sobra pras plantas, para uma limpeza mais eficiente. No banho, regrada. O cabelo, coitado, lavado com água suja e salobra, no banho de canequinha. Dá pra estar feliz com isso?
E, saindo do umbigo e do chororô, perto do Cricaré ninguém sabe o que é sofrimento. A cidade centenária ainda defeca em seu leito. Falta de respeito total!
É gente desmatando pr’um roçado, pra uma casa, pra estender o quintal. A pressão imobiliária sobre o Rio é tão grande, que ele, em sua enormidade, tem dificuldades para suportar. Vai ficando assoreado, contaminado, impuro. E isso para um rio é muito triste.

Um comentário:

  1. E isto para as pessoas é muito vergonhoso!

    Adorei isso aqui! Já te sigo e darei o ar da graça diariamente.
    Te adoro, Pati!

    Bjbj,
    TL.

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